Gênero na perspectiva
sistêmico-funcional e sua contribuição no processo de ensino e aprendizagem de
leitura e escrita
Cristiane Fuzer
Aprender língua
materna pode significar desenvolver competência no uso de um número crescente
de funções da linguagem, conforme Halliday (1978), e de gêneros textuais,
conforme Meurer (2000). A Linguística Sistêmico-Funcional, como uma teoria do
funcionamento da língua e de sua gramática vinculada aos seus contextos de uso,
tem se mostrado uma perspectiva útil para abordar o ensino de leitura e escrita
de gêneros que circulam nos diferentes níveis do currículo escolar (MARTIN e
ROTHERY, 1986; MACKEN-HORARIK, 2002; COFFIN, 2006; MARTIN e ROSE, 2008; ROSE e
MARTIN, 2012; NAVARRO e CHION, 2013) e universitário (GARDNER e HOLMES, 2009; GARDNER
e NESI, 2012). Na linguística educacional da chamada Escola de Sydney, que vem
desenvolvendo nos últimos 30 anos programas educacionais a partir do ensino
explícito da língua, gênero é um “sistema de processos sociais orientados para
objetivos e etapas pelos quais os indivíduos em uma dada cultura vivem suas
vidas” (MARTIN, 1997, p. 13). O foco nas relações sistemáticas entre
léxico-gramática e contexto possibilita a classificação dos textos e, conforme
seus propósitos gerais, o agrupamento dos gêneros em famílias. O processo de
ensino e aprendizagem é entendido como um ciclo que envolve a desconstrução do
gênero de interesse, sua produção escrita conjunta e sua produção escrita
individual e independente.
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