TEXTO & CONTEXTO: GÊNEROS E REGISTROS

Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)

Este estudo apresenta os conceitos de texto, contexto, gêneros e registros, de acordo com a perspectiva sistêmico-funcional da linguagem para estudo dos gêneros adotada pela chamada Escola de Sydney, que desenvolve uma abordagem de gênero articulada teórica e pedagogicamente (Halliday 1978, 1994, 2004; Martin 2000, 2006; Martin e Rose 2008; Rose e Martin 2012). Essa abordagem de gênero foi influenciada pela teoria funcional de linguagem hallidayana de base semiótica social, pela teoria sociológica de Basil Bernstein (1990, 1996/2000) e por projetos de pesquisa-ação em educação de letramentos (Martin 1999, 2000; Rose 2008; Rose e Martin 2012). Segundo essa abordagem, o texto – que sempre constrói significados em eventos interativos – se desenvolve em um contexto social, cujos sistemas de significados se realizam através dos recursos semióticos disponíveis na cultura. Contextos de situação variam quanto a campo (atividades sociais), relações (interações) e modo (papel da linguagem no discurso), que constituem as variáveis do registro de um texto. O gênero é modelado no estrato da cultura como configurações recorrentes de significados, porque realiza linguisticamente propósitos sociais relacionados a instituições, atividades, entidades, participantes, eventos e interações. Nesse sentido, a cultura é definida como um sistema de gêneros sempre em mudança, que se agrupam de acordo com um propósito social, como engajar, entreter, informar e avaliar. Registros e gêneros materializam-se nos textos que usamos o tempo todo na escola e na vida. Nesta abordagem funcional de linguagem, a combinação dessas duas dimensões do estrato semiótico-social engendra as diferenças e as semelhanças entre os textos, unidades de sentido estruturadas coesiva e coerentemente.

Portanto, compreender o contexto é essencial para compreender um texto em sua totalidade.

Palavras-chave: texto; contexto; gêneros; registros; abordagem funcional da linguagem